Vamos escrever à transmontana: como "filhos do granito, nosso pai e da terra nossa mãe", como " irmãos do sol e do vento". Com a robustez e frondosidade do castanheiro, a aspereza do seu ouriço fechado, mas também com a sua generosidade e abertura; com a rigidez granítica da cepa da urze e da torga que, outrora, na frágua, amaciava e temperava o ferro; com a frontalidade das altas montanhas, que nos tornam ágeis e enérgicos e cujas vertentes, aparentemente, desenhadas no rosto, desaparecem, ao primeiro impacto humano.
A CTMAD não é só sardinha assada, magusto e fumeiro, Douro, Porca de Murça e Valpaços, elementos que fazem parte dos nossos genes. É também, e felizmente com frequência, exaltação dos nossos valores, exaltação e elogio das nossas personalidades e gentes, o dar conhecimento dos nossos e não só nossos escritores, bem como a divulgação das suas obras, cuja casa se tem mostrado pequena para a assídua e viva assistência.
É também, ultimamente, esforço e objectivo da nova Direcção " reactivar o mais possível o Conselho Regional."
Todavia, ainda não é Teatro, embora exista o Grupo de Teatro, há três anos, ressuscitado, animado e levado a palco, pelo nosso sócio Fernando Marinho. Fez a sua apresentação e divulgação na Junta de Freguesia de S.João de Brito com poesia e leitura de extractos da peça, em três actos, "Casa de Pais"de Francisco Ventura que, depois, levou a Palco, durante três dias, no Auditório Carlos Paredes da Junta de Freguesia de Benfica e um dia, no Salão dos Bombeiros Voluntários de Queluz. Os Cenários foram pintados por um casal, actores, que nem transmontanos são, e transportados, montados e desmontados com a ajuda do próprio Grupo. Acontecendo o mesmo, na recente apresentação, durante dois dias, no mesmo Auditório, das Peças " O Doido e a Morte" de Raul Brandão e "Uma Anedota" de Marcelino Mesquita.
Se agradecemos a presença simpática e estimulante de alguns elementos da Direcção bem como de poucos sócios, lamentamos a ausência dos outros, apesar de, ao contrário das outras representações, haver abundante publicidade, inúmeros panfletos, no nosso Jornal, na Agenda Cultural da Cidade, na Internete. - As Festas da Cidade..... - E o que é nosso, não conta?
Alguém disse que "o Teatro não dá dinheiro". E eu escrevi: "Quem assim fala não é transmontano". Será que é?
Espero que as minha linhas talvez azedas como os azedões e as acelgas, acres como as arrabaças, sejam recebidas com o aconchego, a humildade verdejante e fresca da meruja, quatro elementos da Nossa Terra, a que eu chamo acepipes, manjares ou mesmo especiarias frescas da mesa transmontana que ainda falta desenvolver e divulgar. Transmontanos e respectivos amigos, venham ao TEATRO.
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